Sendo o antigo jardim de uma quinta, noutros tempos propriedade da família Wright (de origem britânica), fica sobranceiro ao Rio Douro, e tem uma vista magnífica sobre a praia do Areinho em Gaia. A quinta foi adquirida pela Câmara Municipal do Porto em 1932, para cumprir a sua actual função de alojar os serviços do SMAS do Porto (neste momento é nesta quinta que fica a sede das Águas do Porto, EM).
O Parque de Nova Sintra dispõe de uma vasta área verde, 68.500 metros quadrados, com diversas espécies raras de vida arbórea. Divide-se numa parte com canteiros e outra mais arborizada e sombria, com recantos românticos, fazendo lembrar algumas partes dos Jardins do Palácio de Cristal.
Pode ser visitado das 9:00h até às 17:30h (durante a semana). Pedir ao segurança permissão para entrar.
O seu ambiente calmo e sossegado, que não é atingido pelo ruído e fervilhar da cidade mesmo ao seu lado, a sua beleza rara, que combina exemplares centenários de diversas espécies arbóreas com inúmeras fontes e chafarizes que ao longo do tempo perderam o seu lugar na cidade e vieram encontrar neste parque o seu refúgio, fazem deste parque um dos mais belos da cidade, merecendo a sua visita.
BREVE SÍNTESE DA HISTÓRIA DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA AO GRANDE PORTO
Reporta-se a 1392 o mais remoto registo histórico de que há notícia, revelador do facto de, há mais de seis séculos, o Porto já possuir fontes e chafarizes, para uso do público, embora sem condições de higiene.
No reinado de D. Sebastião (meados do séc. XVI), iniciou-se a construção dos mananciais de Paranhos e Salgueiros que, até ao século XIX, se destacaram de entre os principais pólos abastecedores de água à cidade, alimentando diversas fontes públicas, onde a água se podia recolher gratuitamente.
Paralelamente, subsistia outro processo de "distribuição de água ao domicílio", os "aguadeiros" normalmente galegos fugidos ao serviço militar - que vendiam "avulso" ou "por assinatura".
No entanto, a inquinação dessas águas, as doenças transmitidas, a evolução dos cuidados com a saúde e ainda as exigências quanto à qualidade de vida impunham uma transformação radical do sistema.
A partir de 1855, surgem várias companhias candidatas ao projecto e execução de obras de captação, elevação, transporte e distribuição, sendo em 22 de Março de 1882 assinado o contrato com a "Compagnie Générale des Eaux pourl'Etranger", o qual é aprovado por Carta de Lei, em 27 de Julho do mesmo ano. Por este documento, é dada à Cidade do Porto a água dos Rios Sousa e Ferreira para seu uso exclusivo. O contrato com a Compagnie Générale era válido por 99 anos, prazo máximo então permitido por Lei e foi estendido a Matosinhos no princípio do século. Os trabalhos são concluídos em 1886, com a captação no Rio Sousa, mas só em 1 de Janeiro de 1887 é que o abastecimento é regularizado. A população da Cidade, era então, de 122 000 habitantes e a água tida, como a melhor da Europa.
Cem anos volvidos, ainda é vulgar designar-se a água do Porto como "água da Companhia". O sistema mostrou-se extremamente vulnerável em regime de cheias dos Rios Douro e Sousa, começando a Câmara a exercer fortes pressões junto da Companhia que conduziram ao resgate da concessão em 28 de Março de 1927, por 3 500 contos, e à criação dos Serviços Municipalizados Águas e Saneamento em 1 de Abril desse ano. Inicia-se aqui o terceiro ciclo de vida do abastecimento de água à Cidade do Porto, sistema posteriormente alargado aos Concelhos de Gaia, Gondomar, Maia e Valongo.