Todo o Mundo
Cache
iniciática para os que buscam a iluminação e há séculos
denodadamente preparam a vinda do que vulgarmente chamam Maitreya;
dedicada em especial ao mestre-moleiro Sygma e aos irmãos da
Fraternidade Karma e Luz; pelo muito ensinamento e revelação de uma
Via Mais Clara.
Quando no
primórdio dos tempos o sistema coalescia, depois de Xenu exilado,
Msu-Trê-Sy-Pà enviou um enxame de Mu-Cethi ao Sol para aí criar
condições favoráveis à transplantação de uma raça que pela
fragilidade das formas de carbono, em extinção na Galáxia, exigia
órbitas estáveis. Duas massas de tamanhos equilibrados foram assim
aproximadas. Para o lograr, o método de deslocação por feixes
mesotrópicos de elevada iridiscência empregou mega atractores
ao tempo disponíveis em abundância depois da N34 guerra
interestelar, de tecnologia Aracinian, tendo equipado as naves
da extinta esquadra, à deriva. Tal processo não pôde deixar de
se revelar intrusivo; com a retirada das orbes de trepinação,
a progressiva impregnação vertical da jovem crosta originou
infusões de basalto – lá, onde as colunas extractoras
assentaram. Em Portugal temos três desta origem; a mais
significativa das quais a Serra de Todo o Mundo, próxima do
Cadaval. Notarão quando lá forem, sob o calcário branco que
espalharam recentemente a desfigurar a natural beleza dos
caminhos, o negro magmático das rochas, também presente na
constituição de um solo rico e granuloso – de resto
intensivamente aproveitado para cultivo - que levanta, tomado
e deixado cair em mãos, comparativamente muito pouco pó. Esta
propriedade das partículas, com deslocação intersticial de
polinúcleos, não é propriamente casual mas consequência do
processo formativo que atribuiu ao lugar ao longo dos séculos,
pela pura evidência empírica, mesmo quando não explicada, um
significado mágico e uma energia de alto valor terapêutico,
com irradiações benévolas mormente a nível dos constritos
hidrófilos de que as águas da ribeira da Arnóia, com nascentes
a Este da Serra, são testemunho eloquente. Em meados do século
XVI, foi ainda em Alguber – palavra com origem no árabe omeida
que significa “a coluna de luz”; Al-Guberalat – localidade
subsequentemente convertida em freguesia pelo monarca
agradecido, que a infanta D. Maria I, filha de D. João III,
casada com Filipe II de Espanha, depois primeiro de Portugal,
escolheu passar uma temporada para recuperar com sucesso de
uma nascida nefasta que lhe ameaçou a vida; numa aplicação e
domínio terápicos rudes que vieram a revelar efeitos
colaterais, mormente na instabilidade mental do filho único da
Infanta, morta ela própria pouco depois do parto, D. Carlos,
destinado a herdar os domínios das coroas unidas de Espanha e
Portugal e homem de uma espiritualidade incómoda à ordem
católica vigente, porventura excessivamente visionário,
suspeito de morte por envenenamento; é ele que o F. Pessoa
místico invoca, não por acaso, mais de um vez na versão
original da sua "Mensagem" e em escritos avulso da sua arca,
como “ceifado condutor do destino cujo iridescente e firme
ceptro haveria de unificar as nações no V Império antes que do
Céu descera a Luz sublime onde fiéis a Gamma reembarcaríamos
na descoberta de novos caminhos unificadores nas estrelas”. Em
Alguber, lugarejo insuspeito de atrair as atenções, segundo
epístolas do espiolhante prior da época - até há pouco
conservadas no arquivo municipal de Óbidos, por depósito do
espólio do antigo convento, cujo prior à altura dos factos
tratava directamente com Roma e cujas informações terão sido
dos maiores responsáveis pela introdução, por coincidência,
nesta mesma altura, da Inquisição no nosso país - ter-se-á
ocupado dando longos passeios na Serra, com cujas humildes
personagens povoantes terá contactado, mormente prostrando-se
na adoração da Sr.a de Todo o Mundo, a que foi erguida Ermida
no seu topo, da qual restam hoje como testemunho os caboucos e
algumas seculares e fragmentadas telhas que ainda em 1999 o
IPPAR prospectou. Nas imediações da capela era relatada a
ancestral presença de um ermitão, depois perpetuada pela dos
moleiros, à semelhança de Montejunto, que se avista próximo, e
com o qual se comunicava tanto à noite como de dia por colunas
de fogo, fumo e frequentemente luz. A actual fraternidade
Karma e Luz, fundada em 1975, depois de séculos na penumbra
como malquista, é hoje a herdeira da ancestral Sociedade
Cátara Luza, que chegou a ter ligações ao Grémio Luzitano –
com sede na rua Soriano Luz, ao Bairro Alto -, participou
vivamente nesta empresa e pode hoje na fase histórica em que
nos encontramos revelar sem pejo a participação dos seus
associados na secular vigília, sendo esta cache uma forma
também de homenagear o Irmão Moleiro. A presença de bolas de
luz na Serra de Todo o Mundo tem aliás sido ao longo dos
tempos explicada das mais diversas formas e sobretudo por
fenómenos físicos de electricidade estática; emanando dos
orifícios e extensos algares que se podem observar nalguns
pontos da base da serra, testemunhando o contacto desta com
vastas galerias interiores – note-se aliás que estudos físicos
e geotermais demonstram que a composição e propriedades da
água da ribeira de Arnóia em pouco diferente das que brotam
das termas dos Cucos, em Torres Vedras, indiciando a provável
origem em vasos comunicantes de um aquífero intra-terrestre
comum. Não por acaso, pela mesmíssima razão, sabemos que a
renegada fraternidade Ashtar procurou recentemente adquirir
uma quinta de forma a instituir um Capítulo nas fraldas desta
Serra; definitivamente, para os iniciados, um dos pontos
místicos e mágicos mais profundamente significativos do
destino reservado à humanidade e ao nosso país.
Leg: Supra, representação artística da
Gárgula que se pode encontrar na face Este da Capela
do Fundador do
Mosteiro da Batalha, retirada das iluminuras da antiga Sociedade
Cátara Luza. |