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Senhor da Serra Multi-cache

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almeidara: Depois de explicado na nota anterior, chegou a hora de dizer adeus ao senhor da serra.
Pena as gerações futuras não possam admirar in loco este vestígio.

This entry was edited by almeidara on Monday, 08 November 2010 at 03:42:24.

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Hidden : 3/12/2008
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   regular (regular)

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Geocache Description:


 

Não Esqueças o Senhor da Serra...

... Esta frase acompanhava-me durante todos o tempo. Após aquele velho ter entrado pelo meu escritório dentro, a vociferar algo sobre um tesouro, o túmulo de Viriato, Baal e outras parvoíces esotéricas, nunca mais me saiu da cabeça. Tinha sido a última frase que disse antes de ter sido arrastado pelos seguranças escadas abaixo. Isto depois de me ter dado um papel com uma cruz e uma figura humana, como que desenhada por uma criança e me ter pedido: "Procura o tesouro!!!"

Sabia que Baal era o nome hebraico de um deus Cananeu, mas que tinha isso haver com tesouros e Viriato?? E que raio de desenhos eram aqueles. Tudo tinha aguçado o meu apetite por uma boa aventura. A investigação iria começar.

Dia 1

Finalmente, depois de tantos livros lidos, surgiu um local: BELAS. Este nome, é supostamente derivado do hebraico Baal, e está também inscrito numa mamoa em Gloucestershire (Gales) - Belas Knap, significando Monte do Farol. Assim que li isto não pude deixar de recordar a lenda justificativa do topónimo de Queluz, um príncipe perdido que encontra o seu caminho devido a uma luz que viu brilhar no topo de um morro. Só podia ser isso,tinha que saber mais sobre Belas!

Dia 2

A zona de Belas é hoje em dia mais um subúrbio de casas amontoadas umas nas outras, mas outrora tinha tido uma pré-história cheia. Ainda hoje muitos dos monumentos neolíticos da região de Lisboa aqui se encontram. O conjunto das antas de Belas é o exemplo por excelência disso. Composto pelas antas de Monte Abraão (mais um nome semita - suspeito!), da Pedra dos Mouros e Estria, agora separados por uma via rápida, mostra a intensa religiosidade deste local. Estava no caminho certo...

Esperem um momento, a anta da Pedra dos Mouros, classificada como monumento nacional por decreto de 16 de Junho de 1910, é também conhecido como do Senhor da Serra. Meus olhos brilharam quando continuavam a ler a sua história:

"Pode bem ser a sepultura de Viriato que João de Barros (Descrição do Minho) afirma ter visto em Belas, na quinta que fora da Infanta D. Brites, mãe do rei D. Manuel. O mesmo João de Barros refere-se a uma inscrição, na «arca de pedra», onde a custo se lia Hic jacet Viriatus Lusitanurum Dux, e a uma espada com letras inteligíveis que se achara na sepultura."

Outro livro dia-me que este dólmen andou, pelo menos até meados de 1940 (quando a romaria do Sr da Serra, que tinha lugar no último domingo de Agosto, foi extinta), "associado a práticas de fecundidade descritas da seguinte forma: «A tampa desta grandiosa sepultura neolítica está tombada com uma inclinação de 35º e afecta a forma fusiforme. Pois quando se realizava a popular festa do Sr da Serra as moças casadas de fresco subiam até ao topo da pedra, tiravam as cuecas, quando as tinham, sentavam-se e escorregavam até à base, na crença que podiam conceber. A superfície está toda gasta e polida.»

Não esqueças o Senhor da Serra.....

Dia 3

Tinha de encontrar este dólmen, ou anta, ou sepultura ou lá o que fosse, sentia que o tesouro estaria perto dele!

Descobri que se encontrava na quinta dos marqueses de Belas, classificada - juntamente com a capela e o obelisco - como imóvel de Interesse Público (1943). O obelisco situado junto ao rio Jamor, foi construido po iniciativa do conde Pombeiro para comemorar a visita dos príncipes regentes (futuro D. João VI) à sua propriedade. Executado em calcário tem na sua face sul  uma estátua alegorica da Fama. Actualmente encontra-se debaixo do tabuleiro da CREL. Até já tinha as coordenadas, só faltava lá ir.

Dia 4

De frente do Monte Abraão (wp1 N38º 46,090 W9º 15,890), aqui começava a busca do tesouro do Sr da Serra. Norte, sempre para norte era para onde tinha de ir, pelo menos até wp2 N38º 46,274 W9º 15,858. Aqui, segui o caminho e ele levava-me para baixo em direcção a este. O caminho estava bem marcado, alguns carros até conseguiriam chegar até aqui, mas desconheço por onde entrariam, até que cheguei a uma bifurcação (wp3 N38º 46,264 W9º 15,746). Sabia que podia continuar a descer, ou virar já aqui à esquerda. Decidi-me pela segunda hipótese, e uns metros mais á frente meti-me pelo caminho à direita que ia estreitando, sempre em direcção a wp4 N38º 46,311 W9º 15,806. Continuava sempre com a grande torre à esquerda, seriam estas estruturas consideradas daqui a 1000 anos os menires do futuro? No wp4 encontrava a entrada da quinta, mesmo debaixo do viaduto da CREL, pelo menos a primeira. A segunda estava mesmo à frente (wp5 N38º 46,341 W9º 15,797).

A partir daqui estava por minha conta, mas mesmo à minha frente estava a coordenada publicada. O que se esconderia nessa sítio?

O GPS começava-se a passar. A cobertura satélite não era famosa, por causa da vegetação e das paredes da igreja em ruínas. Eu tinha lido sobre ela. Era um templo setecentista e encontrava-se em bom estado de conservação nos inícios de 1980, tendo desde então sofrido diversas pilhagens. Ainda se vê restos de azulejos azuis e brancos que forravam as suas paredes.

Por momentos o GPS indicou-me o sitio certo, sim só podia ser ali. De frente para a entrada principal - emparedada, na esquina da esquerda, mais ou menos a meio metro do chão, encontrava-se aquela assinatura. O papel daquele velhote continha esta mesma assinatura, três letras apenas, DIO. A data por baixo tinha certamente algum significado. Era uma pista para eu seguir. A soma de todos os dígitos dava 23 (teria algum significado cósmico? era pelo menos um número primo).

Somei o ano ao mês (AB) e isso deu-me uma latitude ali perto (N38º 46,3AB). Depois somei o ano com o dia e subtrai quatro vezes o mês (CD) e, o que parecia impossível aconteceu, o resultado dava uma longitude a menos de 300m (W9º 15,9CD). Era bastante perto do dólmem. 

Antes do tesouro, fui ver a grande pedra e estava realmente bastante polida. Os meus olhos não acreditavam no que viam. Aqueles desenhos do papel do velhote estavam mesmo ali à minha frente. Eram genuínos, mas estavam no meio de muitas inscrições bem recentes.

Estaria em frente da sepultura de Viriato? Se sim, este era o fechar de um ciclo que tinha começado no local de seu nascimento, nos distantes monte hermínios. No entanto, esta hipótese parecia-me loucura de um velho...

Dia 5

O tesouro tinha sido encontrado, não era nada de valioso, tinha uns pequenos bonecos que pareciam ter saido num qualquer "happy meal". E quem seria aquele velho, que me pareceu ter visto hoje novamente numa esquina. Não consegui falar com ele mais vez nenhuma, será que ele estava apenas a certificar-se de que eu descobria o segredo?


ATENÇÃO: por favor façam o percurso recomendado, se não fosse para isso, não o teria descrito com tanto pormenor. Se o fizerem, não vão ter de saltar qualquer vedação ou muro, é só seguir os caminhos existentes.


under the bridge (N38º 46,348 W9º 15,717)

the ruines (N38º 46,378 W9º 15,781)

stones (N38º 46,379 W9º 16,003)

MAPAS:

 

 

Additional Hints (No hints available.)