De Lusis a Lusitanos
Depois do fim da civilização
Tartéssica, a Peninsula Ibérica
encontrava-se dividida entre várias tribos bárbaras com limites
pouco definidos. A metade atlântica têm influência céltica
enquanto a mediterrânica tem origem non-indoeuropeia
(provavelmente povos resitentes às várias invasões celtas, a última das quais
por volta de 600 aC) e uns punhados de colónias gregas e
cartaginesas. Dentre estas tribos as mais influentes são os
Celtíberos no interior e os Lusitanos na costa Oeste.
Com a origem envolta nas brumas da
memória, os Lusitanos são provavelmente os Lusis descitos em "Orla
Maritima" ou melhor, o resultado da sua celtização. Este poema
composto por Rufio Avieno no séc. IV dC, relata a aventura de um
navegador grego de Massália (Marselha) nos finais do séc. VI aC.
Neste poema é relatada a existência de etnias iberas da
fachada atlântica, herdeiros da cultura megalítica, aparentemente
responsáveis pelo comércio com o atlântico norte, e a existência de
povos de origem continental (invasão indo-europeia). Desta junção
de tribos iberas e celtas, resultaram as diversas tribos, que
juntaram o carácter agrário dos invasores da Europa central, à
vocação marítima dos primeiros habitantes.
fig 1. Quando os romanos chegam à Peninsula encontram-na assim
retalhada
A invasão romana da península
Ibérica iniciou-se durante a Segunda Guerra Púnica (218-201
aC), quando as legiões romanas para ali se movimentaram
taticamente, a fim de atacar pela retaguarda os domínios de Cartago
na região. Com a destruição de Cartago e o fim da Terceira Guerra
Púnica em 146 aC, as Romanos passam a dominar definitivamente a
costa mediterrânica (Hispânia Ulterior e Citerior).No entanto,
o dominio do resto da peninsula não se dá sem conflitos com
as tribos nativas. Conflitos esses que ficaram conhecidos como
Guerra Lusitana.
Viriato
As batalhas entre tribos lusitanas e o
império romano tiveram início cerca do ano 193 a.C. Supõe-se
que Viriato, filho de Comínio, terá nascido em Lobriga, depois
chamada Lorica pelos romanos, actual Loriga, nos Hermínius,
actual Serra da Estrela, e que terá tido de algum modo acesso
a vários aspectos culturais e experiências, para além das
actividades de pastor de rebanhos e caçador, que lhe
permitiram desenvolver a guerra de guerrilha, com estratégias
e tácticas sofisticadas, chegando mais tarde a dialogar
positivamente com os representantes de Roma, e alcançando
inclusive a designação de “Amicus Populi Romani”, ou seja,
aliado em paz com Roma.
Viriato aparece na História quando, em 147 aC,
se opõe à rendição dos lusitanos a Caio Vetílio, que os tinha
cercado no vale de Betis, na Turdetânia. Viriato lembra aos seus
companheiro a traição anterior de Galba. A fama como guerreiro e
estratega foi crescendo entre as várias tribos lusitanas, o que lhe
permitiu vir a tornar-se o líder efectivo de uma coligação de
tribos lusitanas, pela primeira vez na história unidas por um
objectivo comum. Derrota os romanos no desfiladeiro de Ronda, que
separa a planície do Guadalquivir da costa marítima da Andaluzia,
fazendo nas fileiras inimigas uma espantosa chacina, tendo sido
morto o próprio Vetílio.
No entanto, já sem Cartago a impedir-lhe os
movimentos, Roma lança um ataque massivo em todas as frentes,
inclusivé na Ibéria, desta vez com o general Cipião. Face ao avanço
do general romano, Viriato vê-se obrigado a enviar três emissários
para negociar a paz - Audax, Ditalco, e Minuro -, que são aliciados
com enormes quantidades de ouro para assassinarem o chefe luso.
Viriato é assassinado durante a noite na sua própria tenda, por
aqueles em quem confiava. No seu regresso ao acampamento romano, os
três traidores ouviram da boca do próprio Cipião que "Roma não paga
a traidores".
Viriato ficou para a História, a par de
Espártaco, como um dos poucos que conseguiu pôr Roma de joelhos
enquanto travava uma guerra justa pela liberdade do seu próprio
povo. E esteve quase a consegui-lo! Após a morte de Viriato, o
exército lusitano agora comandado por Tautalo sofre uma última
derrota a sul do Tejo, vendo-se obrigado a negociar a paz,
fixando-se por este meio alguns lusitanos no sul do actual
território português.
Loriga
A Vila de Loriga fica situada na Serra
da Estrela, a cerca de 770 metros de altitude, como que
protegida por duas sentinelas vigilantes e altivas que parecem
tocar no céu, e que são a Penha do Gato com cerca de 1800
metros e a Penha dos Abutres com mais de 1800 metros. Uma
estrada serpenteante e magnifica para o turismo, bem lançada
em audaciosas curvas pelas encostas da serra onde a engenharia
moderna pôs todos os seus recursos, leva-o a Loriga onde ao
chegar contemplará embevecido o casario branco para, de
imediato, lhe dar a impressão de que assenta sobre um trono
onde a Natureza parece ser soberana num verdadeiro reino de
esplendor. Estes montes que a circundam e lhe ornam a fronte,
oferecem aos visitantes surpreendentes paisagens, ao mesmo
tempo o abismando na miragem dos cerros íngremes, cortados a
pique, ou na ondulação caprichosa de vales e montes, onde a
água cristalina brota e desliza, como cantando numa
rumorejante melancolia por todo o lado e, as suas ribeiras, de
braços abertos essas águas recebem para oferecerem aos rios e
estes as levarem ao mar. Loriga é uma das terras serranas mais
formosas, bem digna da visita dos turistas, onde, entre os
mais diversos predicados naturais e artísticos, decerto
encontrará também o descanso e a paz de que necessita. A gente
desta Vila é hospitaleira, simpática e, acima de tudo, amiga
desse seu torrão. A evindenciá-lo, é estarem dispersos pelas
ruas da vila, marcos fontanários e outras recordações que
atestam bem o vincado amor desse seu povo à terra natal.
in www.loriga.de
Cache
Esta cache pretende levar-te a onde
se pensa que este grande heroi, Viriato, nasceu. O percurso
recomendado (ver waypoints abaixo) levam-te a percurrer pouco mais
de 300m da via romana, incluindo uma bem conservada ponte romana.
Não deixem de visitar o Caixão da Moura, no outro extremo da vila
na continuação da calçada romana.
This is a traditional cache, just go to the
listed coordinates. You will pass a roman road and a roman
bridge.