Castelo de Veiros - Estremoz
História
Antecedentes
Acredita-se que a primitiva ocupação humana de seu sítio remonte a
uma povoação romana conforme parece indicar a sua antiga
toponímia.
O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da península, a povoação foi
conquistada em 1217 pelas forças de D. Afonso II (1211-1223), cujo
domínio teria entregue aos cavaleiros da Ordem de Avis, então sob o
comando do Mestre D. Fernão Anes. Embora não se conheça a data
precisa de fundação do castelo, terá sido contemporâneo dos
castelos de Alandroal e de Noudar, também erguidos pela Ordem na
região. Era Comendador de Veiros, em 1299, Martim Fernandes, 6º
Mestre da Ordem.
Sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), sendo 8º Mestre da Ordem, D.
Lourenço Afonso, foi iniciada a construção da Torre de Menagem, no
alto da colina, em 20 de Maio de 1308, sendo mestre das obras Pero
Abrolho conforme duas inscrições epigráficas no recinto do
monumento.
Sob o reinado de D. Fernando, aqui nasceu, em 1377 ou 1380, D.
Afonso, 8º conde de Barcelos e 1º duque de Bragança. O iniciador da
poderosa Casa de Bragança era filho ilegítimo do Mestre de Avis e
de Inês Pires Esteves, esta por sua vez filha de Pêro Esteves,
conhecido como “o Barbadão”. Esta alcunha veio-lhe do fato de,
ciente da relação entre a sua filha e o então Mestre de Avis,
ter-lhe sobrevido tamanho desgosto que, em sinal de protesto, nunca
mais a quis ver, tendo jurado (e cumprido) que nunca mais cortaria
a barba. O túmulo deste patriarca encontra-se na Igreja de Nossa
Senhora do Mileu, em Veiros.
Ainda no reinado deste soberano a povoação e seu castelo foram
atacados por forças de Castela (1381).
O terramoto de 1531 causou danos consideráveis ao castelo, que foi
reconstruído no reinado de D. João III (1521-1557).
Da Guerra da Restauração aos nossos dias
À época da Guerra da Restauração, a vila e seu antigo castelo
medieval sofreram o ataque das tropas de D. João de Áustria (1662),
tendo como resultado a explosão da Torre de Menagem, então
utilizada como paiol de pólvora. Pouco depois, em 1665, foi
novamente ocupado, agora por tropas sob o comando do marquês de
Caracina. O Conselho de Guerra de D. Afonso VI (1656-1667)
determinou-lhe obras de reforço nas defesas, tendo as ameias
medievais sido obstruídas por um novo parapeito.
Veiros foi sede de Concelho até 1855, quando foi abolido, sendo
anexado, em 1895, ao de Estremoz.
O castelo foi objecto de obras de restauro geral por parte do poder
público em 1939. Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse
Público por Decreto publicado em 18 de Julho de 1957.
Mais recentemente, de 1998 a 2000, a Câmara Municipal de Estremoz
procedeu-lhe nova intervenção, visando recuperá-lo no âmbito do
Plano Global de Intervenção do Centro Rural de Veiros.
De propriedade particular, o castelo pode ser visitado diariamente,
encontrando-se a chave a cargo da Junta de Freguesia de
Veiros.
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