Skip to content

Vila Romana de Casais Velhos [Cascais] - M22 Traditional Geocache

Hidden : 8/25/2007
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:

Vila Romana de Casais Velhos, Cascais, Cascais, Lisboa.

In english please (automatic translation)...

Situada na freguesia de Cascais e no concelho de mesmo nome, a povoação de Areia encontra-se precisamente localizada entre as dunas do Guincho e os pinheirais da Crismina. Ainda que hoje esteja mudada, os habitantes desta pequena povoação condenados a algum isolamento (apelidados por alguns como "Bichos da Areia"), subsistiam com o que a natureza lhes proporcionava, recorrendo à pescaria (percebes, mexilhão, polvo, etc), à faina do campo (trigo, cevada, nabos e outras hortaliças) e à venda destes produtos à quinta-feira na praça de Cascais. É neste lugar de condições geográficas particulares que estima-se no período final da época romana terá existido na proximidade do hoje parque de campismo do Guincho, uma vila romana provida de um complexo termal de águas quentes e frias.

O sítio onde ainda hoje se pode apreciar o que resta desta vila adoptou o nome de "Casais Velhos", designação atribuída pelos locais que desconhecendo a origem das ruínas ali cismaram que "aquilo" seria as sobras de alguns casais antigos.

Foi apenas em 1945 que Afonso do Paço e Fausto de Figueiredo com a ajuda de alguns trabalhadores do Município iniciaram curtas escavações em redor da área descoberta. Pesquisa que terá sido um sucesso, pois logo aí foi possível datar as ruínas na sequência de umas moedas dos reinados dos imperadores Constantino, Constâncio II, Tedósio e Arcádio (período de 205 a 450 da nossa era) - o que sugere uma data de construção por volta do segundo século.
Nestes trabalhos foi ainda possível descobrir um balneário de águas quentes e frias, dois cemitérios (nascente e poente), restos de uma muralha e algum material cerâmico típico.

Ainda que durante as primeiras escavações tenha sido avançada a hipótese do lugar ser uma espécie de baía para navios imperiais, esta apenas foi devidamente reforçada após os trabalhos de conservação e limpeza levados a cabo (em 1968, 1970 e 1971) por D. António de Castelo Branco (na época engenheiro dos Serviços Geológicos de Portugal e vice-presidente da Câmara) e seu amigo, Octávio Reinaldo da Veiga Ferreira (também engenheiro dos Serviços Geológicos de Portugal). Segundo estes, por se ter encontrado numa lixeira, abundantes conchas de múrex (molusco marinho de onde provem a púrpura) é provável que o povoado que por ali passou tivesse como actividade principal a preparação da púrpura. Esta afirmação é corroborada com a descoberta de compartimentos com tinas ou cubas com encaixe para tampas herméticas, que se adequavam ao propósito.
 

Do complexo termal é possível identificar um tanque principal (sensivelmente a meio das ruínas) abastecido por um aqueduto que trazia água de uma nascente próxima, sita no perto do marco geodésico do Selão. A poucos metros do tanque (e abastecidas por este) situam-se as pequenas banheiras semi-circulares e uma zona de banhos quentes.

A Norte foram postas a descoberto os compartimentos com encaixe para tampas herméticas, que se suspeita seriam utilizados para armazenar os restos pisados do múrex de onde se produziria a púrpura. Após o seu tratamento e repouso a púrpura poderia ser transportada para a urbe de Olissipo (Lisboa) e daí para Roma.

Segue a descrição artística do IPAR sobre o valioso achado arqueológico denominado por "Casais Velhos" (texto original).

"Localizada num outeiro sobranceiro às dunas do Guincho, envolta em pinhais, o povoado vulgarmente conhecido por "Casais Velhos" - que alguns autores têm alguma relutância em denominar de uilla - já era conhecida há algum tempo, quando os investigadores Afonso do Paço (1895-1968) e Fausto de Figueiredo iniciaram os primeiros trabalhos de escavação, já durante a primeira metade do século XX, colocando a descoberto alguns vestígios estruturais relativos a edifícios e a um cemitério. Mas apesar desta primeira iniciativa, coube a António de Castelo Branco e a Octávio Reinaldo da Veiga Ferreira (1917-1997) a tarefa de, entre 1968 e 1971, escavar um aqueduto, através do qual se recebia a água proveniente de uma nascente localizada nas proximidades do arqueosítio, bem como um reservatório e a zona termal.
 

A par da domus com vestíbulo, a pars urbana desta uilla era constituída pelo característico complexo termal composto do frigidarium (para o banho frio), de uma sala tépida de transição e do praefurnium, destinado ao aquecimento do ar que circulava sob o pavimento e da própria água dos tanques, de configuração semicircular. Além disso, foi identificado um tanque de grandes dimensões, possivelmente o natatio, tradicionalmente rasgado a céu aberto. Das estruturas que integravam originalmente a pars rustica, foi possível identificar dois silos tapados com lajes circulares e escavados na própria rocha aí existente. Mas terá sido a descoberta de dois compartimentos com pequenas tinas revestidas a opus signinum com encaixe para tampa hermética, aliada ao achamento de uma considerável quantidade de conchas de múrex, que levou alguns especialistas a considerarem a hipótese de os habitantes da uilla se dedicarem de igual modo à indústria da tinturaria, através da produção de púrpura (e estarmos, por conseguinte, perante uma purpuretica), destinada a Roma, aonde chegava através do porto de Olisipo.

Haverá ainda que salientar a existência de vestígios de um muralhado e de um torreão, a testemunhar, no fundo, a fortificação do sítio na Antiguidade. E tal como sucedia nas demais uillae, também a de "Casais Velhos" possuía uma necrópole, com sepulturas do tipo "caixa", delimitadas por esteios afeiçoados em calcário, e com os corpos depositados em decubito dorsal, voltados para Nascente. A escavação destes sepulcros permitiu recolher um vasto espólio associado constituído por recipientes cerâmicos, jóias, armas e moedas, estas últimas atribuídas aos imperadores Flávio Júlio Constâncio II (317-361), Constante (?-350), Teodósio I, o Grande ( Flavius Theodosius) (c. 346-395), Constantino I, o Magno (c. 271-337) e Arcádio (c. 377-408), a sugerir, no fundo, uma ocupação mais duradoura do arqueosítio já no fim do Império Romano do Ocidente".

Do espólio encontrado destacam-se:

  • Algumas jóias, como uns brincos de bronze.
  • Uma agulha de bronze.
  • Cerâmicas das quais, uma bilha com decoração no bojo.
  • Lucerna.

E o mais raro, uma moeda ainda envolta em tecido de época romana.

Esta moeda estaria provavelmente ainda no bolso, sendo que a oxidação do bronze impediu que o tecido se desfizesse com o tempo.
 

Todo o espólio resultante das intervenções de D. António de Castelo Branco e Octávio Reinaldo da Veiga Ferreira, pode ser apreciado na Sala de Arqueologia do Museu dos Condes de Castro Guimarães.

Contextualizando a vila de Casais Velhos com outros achados do concelho, será possível inferir que esta em conjunto com a vila de Freiria (produtora de cereais) e a própria vila de Cascais (salga de peixe) seriam provavelmente o sustento económico das populações romanas residentes no concelho de Cascais.

Apesar de classificada como "imóvel de interesse público" por decreto-lei nº29/84 de 25 de Junho de 1984, a vila romana de Casais Velhos está devoluta, coberta de vegetação e, à mercê do tempo e do vandalismo. São visíveis intervenções de trabalhos menos próprios que desvirtuam e prejudicam o valor histórico do achado. Para além disso e como vem sendo hábito, o estatuto que lhe foi conferido não faz jus ao nome e, o estado em que se encontra espelha bem o "interesse nulo" que o "público" lhe tem prestado. Ao que parece, não estará alheio o facto das negociações entre os proprietários dos terrenos e o Município se encontrarem demoradas.

As parcas pesquisas e fraco interesse por este legado não permitiu apurar as verdadeiras fronteiras deste povoado. Por outro lado a inércia das entidades e o próprio Município permitiu a urbanização da zona circundante, condenando estudos mais profundos que permitissem a delimitação real da estação arqueológica. Ironicamente algumas habitações vizinhas entretanto construídas chegam mesmo a evocar a temática romana, utilizando materiais romanos e até motivos decorativos da época. Este panorama contribui para o futuro sombrio dos "Casais Velhos" e adequa-se à profunda falta de respeito perante o nosso passado histórico que as entidades competentes teimam em demonstrar.
 

Definições:

  • Domus: Casa ou edifício principal da Uilla.

  • Frigidarium: Quarto reservado ao arrefecimento das águas termais.

  • Praefurnium: Boca da fornalha de aquecimento.

  • Natatio: Tanque de dimensões razoáveis (tipo piscina) coberto ou aberto destinado a banhos e natação.

  • Opus Signinum: Mistura de cimento obtida pela trituração de tijolo e pequenas pedra.

  • Villa Rustica, Pars Rustica: Sector da Uilla, constituída pelo lagar, fornos, etc.

  • Villa Urbana, Pars Urbana: Sector da Uilla, constituída pela residência e facilidades inerentes.

  • Uilla: Vila Romana composta pelo Domus, Villa Urbana, Villa Rustica e, Villa Fructaria.

 

A cache encontra-se nas imediações das ruínas. Trata-se de um container pequeno que poderá albergar facilmente uma GeoCoin e a maioria dos Travel Bugs.

A coordenada foi tirada por média aritmética de leituras com 7 satélites de 12 em vista.

O conteúdo inicial:

  • Stashnote.
  • Logbook.
  • Lápis e afia.
  • 3 Peixes Vidro.
  • 3 Estrelas Coloridas.
  • Boneco Hipopótamo (OUT de GC14JC3).
  • Pedra Amarela (OUT de GC152GH).
  • Moeda de 1 Escudo.
  • Moeda de 1 Centavo de Dólar Americano.
  • TB Footy Mad.
  • Alguns Sacos para Cache In-Trash Out.

 

Considerações importantes:

  • O terreno onde se encontram as ruínas é de propriedade particular, sendo no entanto o seu acesso livre (não está fechado, murado, ou cercado).
     
  • O acesso faz-se pela rua de São Rafael através de um caminho de terra (dois minutos a pé), pfv deixem o carro no ponto indicado - é possível chegar até às ruínas de carro TT, mas fica à consciência de cada um levar um veículo deste tipo para o meio de uma estação arqueológica, infelizmente não delimitada e não fechada.
     
  • Deverão ter especial cuidado nas vossas "pesquisas" de terreno, não é necessário procurar no que resta das ruínas a cache não está aí!
     
  • Recomenda-se que levem um saco e façam o CITO, a zona que bem precisa!
     
  • Deixem a cachebem dissimulada.

Boas Caches!

free counters
 
Actualizaçoes
  • 14/09/2007 - Associação de região (distrito) e, inserção do log de actualizações
  • 10/04/2009 - Acréscimo de contador de visitantes.
  • 30/08/2009 - Recolocação de novo container (alteração de coordenadas, dificuldade e hint).

Additional Hints (Decrypt)

Cebphen b grfbheb ab frh vagrevbe. Aãb é cerpvfb sbeçne anqn.

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)