Pensem numa vivenda
plantada no meio dos Jerónimos ou em conimbriga e é isto que
vão encontrar aqui
. Mas foi a construção desta
vivenda, em 1980, que permitiu a descoberta deste povoado.
Enquadramento
Rural, num outeiro isolado, elevação em esporão; limitado a norte e
a oeste por encostas abruptas e situada na confluência de dois
cursos de água: um afluente directo da Ribeira do Xarrama que
apresenta um caudal que permite a prática de culturas de regadio
nos férteis campos adjacentes.
Descrição
Complexa estrutura definida por articulação horizontal de salas,
com sucessões estratigráficas no seio de uma mancha calcária.
Trabalhos no local mostram mais de 2m de estratigrafias onde se
definem estruturas defensivas, com muralha defensiva central. Este
habitat fortificado é constituído por muralhas guarnecidas por
bastiões semicirculares e torres circulares. Foi trazida à
superfície muita e, diversificada cerâmica, indicativa da época
estratigráfica onde foram encontrados, para lá de importantes
manifestações de um interessante universo de artefactos, nos vários
níveis de profundidade de exploração.
Tipologia
Sítio arqueológico, neolítico final e calcolítico. O povoado
ter-se-à desenvolvido não no Neolítico final, mas talvez no
Calcolítico antigo, onde poderia estar já presente o prato de bordo
almendrado e ausente a placa paralelepipédica com um furo em cada
extremidade, embora substituída por crescentes de secção
rectangular; algumas peças provenientes de camadas inferiores levou
igualmente a que se situasse o povoado numa fase antiga do
Calcolítico. Povoado com boas condições naturais de defesa,
considerado de tipo pouco conhecido no Baixo Alentejo, possuindo
boas sucessões estratigráficas; a sua indústria utilizou o sílex
branco, acastanhado e cinzento, o xisto jaspoide e o quartzo
leitoso.
|